Comentário Semanal: Ibovespa avança 5,45% e quebra sequência de quedas
3.12.11
Postado por Unknown

Após quatro semanas consecutivas de desvalorização, o Ibovespa fechou o período entre 28 de novembro e 2 de dezembro com ganhos de 5,45%, aos 57.885 pontos. O índice deslanchou com o corte da Selic em 50 pontos-base, um pacote de medidas anunciadas pelo governo para incentivar o crédito e o consumo, além das ações coordenadas entre os principais bancos centrais do mundo para aumentar a liquidez do sistema financeiro durante a crise mundial.
As ações da MRV Engenharia (MRVE3) foram o principal destaque de alta dentre os papéis que compõem o Ibovespa, pela segunda semana consecutiva, com valorização de 17,34%, cotadas a R$ 12,45 cada. Enquanto isso, na ponta negativa estiveram os ativos da Marfrig (MRFG3), que recuaram 9,53% na semana, a principal queda dentro do índice, terminando este pregão a R$ 7,97.
Petro e Vale
Entre os papéis mais líquidos, os ativos da Petrobras (PETR3, +7,98%, R$ 24,63; PETR4, +7,23%, R$ 22,53), encerraram o período com forte alta, refletindo um cenário corporativo movimentado. A companhia estendeu prazo para a PDVSA viabilizar a sua participação em uma refinaria em Pernambuco. Além disso, a estatal foi multada pela ANP mas refutou ter omitido as informações devidas. Os papéis da petrolífera também refletiram que o primeiro navio da cessão onerosa chegou ao Brasil, a descoberta de petróleo de boa qualidade em poço na Bacia de Santos, a assinatura de contrato para construção de tubovias do Comperj e a captação de € 1,85 bilhões em bônus globais.
As ações da Vale (VALE3, +2,27%, R$ 42,42; VALE5, +2,33%, R$ 39,91) também fecharam a semana em alta, mesmo com um noticiário negativo. Na semana do VALE Day, a companhia afirmou ter desacelerado o ritmo de investimentos. Além disso, a mineradora pode estar devendo R$ 25 bilhões para a União em impostos sobre lucros no exterior, embora a obrigatoriedade do pagamento ainda dependa da decisão do STF (Superior Tribunal Federal) e do STJ (Superior Tribunal Jurídico).
Europa: caminhando para mais integração
Na Europa, a semana começou com a reunião entre os líderes da Alemanha e da França, que se estendeu pela terça-feira, quando os ministros das finanças da Zona do Euro discutiram a liberação da última parcela do pacote de empréstimo à Grécia. Após o encontro, foram estabecidas duas possíveis opções para aumentar o tamanho do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira).
Discutiu-se também uma maior integração monetária e econômica na Europa, conforme lembrado por Mario Draghi, presidente do BCE (Banco Central Europeu). A chanceler alemã Angela Merkel afirmou desejar uma maior integração fiscal no continente, assunto que será discutido com o presidente francês Nicolas Sarkozy na próxima reunião dos dois líderes, na segunda-feira (5).
Além do mais, a Fitch colocou em revisão as notas de crédito de 87 bancos europeus, enquanto a S&P ameaçou alterar a perspectiva do rating francês para negativa. Isso deverá pressionar ainda mais o cenário econômico da Zona do Euro, que de acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) já se encontra em recessão.
Cenário doméstico impactado por corte na Selic
No front interno, a semana foi fortemente influenciada pela reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), onde foi decidido o corte na Selic em 0,5 p.p. Além de elevar a atratividade da renda variável brasileira através dessa medida, o governo decidiu por reduzir de 2% para zero o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) sobre os investimentos externos em ações - tanto em oferta primária quanto no mercado secundário.
Foram anunciadas também medidas para estimular a economia brasileira, com a redução 3% para 2,5% ao ano da taxa anual do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) do crédito para pessoa física e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para produtos de linha branca. Além disso, o governo cortou de 9,25% para zero a alíquota sobre as massas, assim como diminuiu o custo de crédito ao consumidor.
Na agenda econômica, destaque para os indicadores de inflação. O mais importante divulgado na semana foi o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) do mês de novembro, que marcou taxa de 0,50%. Além disso, a Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física Brasil, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou para um recuo de 0,6% da atividade industrial em novembro.
Desemprego recua nos EUA
Nos Estados Unidos, a Fitch revisou de estável para negativa a perspectiva de rating AAA dos Estados Unidos. Isso sinaliza um possível corte na nota norte-americano em breve, se as condições por lá continuarem a se deteriorar.
O mercado de trabalho também esteve em foco. Embora o Initial Claims tenha mostrado um número de pedidos de auxílio-desemprego acima do esperado, o Relatório de Emprego mostrou uma queda de 0,4 pontos percentuais na taxa de desemprego, que passou de 9% para 8,6%. Parte dessa melhora já havia sido sinalizada pelo ADP Employment, que mostrou que a abertura de novas vagas no setor privado havia superado as expectativas em novembro.
O Livro Bege mostrou uma melhora gradual na economia-norte americana, embora o mercado de trabalho continue a apresentar dificuldades. A agenda esteve movimentada, com o Consumer Confidence, Chicado PMI, Pending Home Sales, ISM Index e o Construction Spending superando as expectativas. Por sua vez, o New Home Sales e o Productivity & Costs desapontaram o mercado.
Afrouxo na China
O Banco Central da China decidiu reduzir em 0,5 ponto percentual a alíquota do compulsório bancário. A decisão fortaleceu os mercados, que estavam preocupados com uma desaceleração agressiva da segunda maior economia do mundo.
Câmbio e Renda Fixa
O dólar comercial registrou queda de 5,20% nesta semana, terminando a R$ 1,7884 na venda. Esta foi a primeira queda da moeda após quatro semanas de alta.
No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, o contrato de juros de maior liquidez nesta semana, com vencimento em janeiro de 2012, registrou uma taxa de 10,87%, queda de 0,05 ponto percentual no período.
No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, encerrou cotado 130,83% de seu valor de face, alta de 0,35% na semana.
Já o indicador de risco-País registrou queda de 19 pontos-base na semana, aos 222 pontos.
Confira a agenda da próxima semana
Dentro da agenda para a segunda semana de dezembro, os investidores estarão atentos aos dados do orçamento do governo norte-americano em novembro e à reunião de política monetária do BCE (Banco Central Europeu).
Dentro da agenda doméstica, as atenções dividem-se entre o PIB (Produto Interno Bruto) referente ao terceiro trimestre e a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de 2011, além do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro.
This entry was posted on October 4, 2009 at 12:14 pm, and is filed under
Gerais Notícias
. Follow any responses to this post through RSS. You can leave a response, or trackback from your own site.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postar um comentário
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há quatro anos.