SÃO PAULO - Em dia de forte aversão ao risco no mercado, o dólar operou com forte valorização durante todo o intraday, fechando esta quarta-feira (23) com alta de 2,94% - o maior avanço diário desde 21 de setembro -, cotado na venda a R$ 1,8597, seu maior fechamento visto desde 4 de outubro, quando terminou o dia valendo R$ 1,8685.
Esse movimento de apreciação tem ganhado forças nos últimos dias em meio à piora do cenário europeu. Nesta sessão, os investidores digeriram não apenas o alerta do Banco Central da Grécia de que o país enfrenta o risco de uma saída desordenada da Zona do Euro, como também o fraco leilão de títulos da Alemanha, que vendeu apenas 35% do total de bonds disponibilizados - considerado um dos piores da história da Zona do Euro.
Dados industriais na Europa e na China também não foram nada animadores. O resultado prévio do PMI (Purchasing Managers Index) mostrou que a atividade da indústria da Zona do Euro e da China encontram-se abaixo de 50 pontos, patamar que sugere contração da atividade.
Nesse cenário, a moeda norte-americana também tem ganhado terreno em relação a importantes divisas internacionais. O euro e a libra esterlina marcam desvalorizações de 1,30% e 0,81%, respectivamente, em relação ao dólar. A moeda dos EUA também se aprecia diante do franco suíço (+0,72%) e do iene (+0,55%).
Agenda econômica
Na agenda doméstica, destaque para o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apontou inflação de 0,46% nesse começo de novembro. Ainda por aqui, o fluxo cambial mostrou que a entrada de dólares no País superou a saída em US$ 1,207 bilhão na última semana. Por fim, a Nota de Política Monetária divulgada pelo Banco Central registrou o tímido avanço de 0,8% no volume total de crédito do sistema financeiro nacional em outubro.
Nos EUA, o Initial Claims mostrou que o número de pedidos de auxílio-desemprego ficou levemente abaixo do esperado na última semana. Ainda por lá, o Durable Good Orders, exibiu recuo menor que o previsto. Já o núcleo do PCE (Personal Consumption Expenditures), medida de inflação mais acompanhada pelo Fed, registrou leve avanço de 0,1% no mês de outubro, enquanto o Michigan Sentiment, veio em linha com o esperado no seu resultado final de novembro.
Dólar a R$ 1,8597
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,8587 na compra e R$ 1,8597 na venda, forte alta de 2,94% em relação ao fechamento anterior. Com esta alta, o dólar acumula valorização de 9,20% em novembro, frente à forte queda de 9,48% registrada no mês passado. No ano a valorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 11,61%.
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em dezembro encerrou o dia cotado a R$ 1,868, forte alta em relação ao fechamento de R$ 1,823 da última terça-feira. O contrato com vencimento em janeiro, por sua vez, fechou em forte alta, atingindo R$ 1,877 frente à R$ 1,838 do fechamento da véspera.
Já o dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F Bovespa, fechou cotado a R$ 1,8441 na venda, forte alta de 2,06%.
O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,85520000.
FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 1,63 para janeiro de 2012, 0,07 ponto percentual abaixo do que foi registrado na sessão anterior.

Msn